terça-feira, 20 de maio de 2014

Tecnologia que ajuda no planejamento e no aprendizado

O planejamento das aulas está presente no trabalho de todos os professores. Na Escola Estadual Silviano Brandão, em Belo Horizonte, esse planejamento agora é colocado de forma simples e clara em um documento online que pode ser acessado online por pais e alunos diariamente. Dessa forma, o trabalho dos educadores pode ser visto e acompanhado de perto pela diretoria, supervisão e famílias dos estudantes.


Foto: Lígia Souza ACS/SEE


Por um arquivo do Excel disponível no Google Docs, é possível consultar antes de entrar em sala: tema da aula, eixo temático dos Conteúdos Básicos Comuns (CBC), Tópico CBC, habilidade CBC, temas transversais, nível de desenvolvimento, metodologia da aula, avaliação da aula, desenvolvimento da aula, se será ou não utilizado o livro didático e quais de suas páginas e exercícios, quais recursos, como lousa, televisão ou projetor e em que espaço da escola a aula será ministrada. Depois da aula, o professor pode ainda voltar à planilha e avaliar a aula. A planilha também tem um espaço para o planejamento das aulas do professor de apoio para os alunos de educação especial.

Segundo o diretor, a necessidade dos alunos de carregarem mochilas mais leves foi um dos fatores que trouxe a ideia desse projeto. “Muitos alunos não trazem o material, alegam que é muito pesado. Pensando nisso e na dificuldade que a gente tem de acompanhar o dia a dia do professor na sala de aula, dado o volume de trabalho que temos, pensamos em uma forma de planejamento que todos nós pudéssemos ter acesso, a direção, os demais professores e, principalmente, pais e alunos”, afirma Márcio Antônio Fonseca, diretor da escola. Os alunos poderão consultar na planilha se devem ou não levar os livros didáticos. 

Dentro de sala de aula o desempenho de professores e alunos pode ser acompanhado de perto pela equipe da escola. “Um dos itens que mais tenho acompanhado é uma avaliação que o professor faz. Se a aula foi boa ou ruim e se ele achou que os alunos conseguiram entender o conteúdo. Colocamos uma escala de um a cinco e, quando vejo lá uma nota de dois ou um é um alerta para mim ou para a vice-diretora ou para a supervisora para fazermos uma intervenção na turma. Sempre conversamos com o professor para entender o que aconteceu, porque ele avaliou a aula daquela forma”.

Os professores começaram a usar a planilha em meados de abril e, no começo de maio, o link foi disponibilizado para os alunos. Aos poucos, o professor levou os estudantes ao auditório da escola, onde apresentou a ideia e explicou a todos como eles podem usá-la no dia a dia. “De lá pra cá já começamos a perceber uma diferença. Se o professor avalia a aula com uma nota dois e dá a mesma nota para a aula seguinte, significa que seu planejamento não está atendendo nem a ele, porque frustra suas expectativas em relação à aprendizagem, ou aos alunos”.

Thaís Amorim, que faz o 2º ano do ensino médio na escola, gosta da possibilidade de chegar em sala preparada. “É bom que a gente já pode se planejar para a aula que vai acontecer no dia seguinte, já consegue ver se precisa trazer o livro ou não, porque é bem pesado. Quando tiver prova dá pra ver o conteúdo que o professor já deu e vai atrás, estuda mais”.

“Fica muito mais fácil para a gente saber se a aula é na sala de vídeo, no auditório, na quadra, se a aula vai ser diferente, como uma aula prática”, complementa seu colega Alexandro Vitor Ferreira de Jesus. Para colocar a planilha mais acessível aos estudantes, o link com o conteúdo está disponível na página da escola no FacebookDados de interesse dos professores, alunos, pais e equipes da escola estão presentes na planilha. 

Foto: Lígia Souza ACS/SEE

A ideia é quando formos para o conselho de classe fazermos essa discussão. Por exemplo, o professor usa ou não o livro didático? Por que uma turma usa e outra não? Por que o planejamento é o mesmo para todas as turmas do mesmo ano se o nível de aprendizagem quando a gente olha as avaliações são diferentes. Isso dá uma gama de informações para a gente sentar e fazer uma discussão de fato sobre o que está acontecendo na escola.

Planejamento eficiente
A ideia do diretor era colocar na planilha somente o básico, que faria diferença para quem acessa o documento. “Fazer o planejamento, escrever muito e nada acontecer não resolve nada. Procuramos colocar aquilo que é importante de informação para o professor, para a equipe pedagógica, para os alunos e para os pais”.

Apesar de o projeto estar em seu início, a planilha já faz diferença no dia a dia de alguns professores da escola. Enquanto alguns ainda estão se acostumando à nova rotina de fazer o planejamento diário – diferente do quinzenal, como era anteriormente – Paulo Franco, que dá aula de Artes, além de atuar nas áreas de Tecnologia da Informação e Turismo do Reinventando o Ensino Médio, está bem adaptado. “Acho que ficou mais prático. Nesse novo modelo ganhei bastante tempo. Eu levava cerca de 40 minutos para planejar as aulas e hoje faço em quinze ou vinte minutos”, conta.

Wennia Silva Oliveira, professora de Biologia e Ciências, também acredita que a planilha veio para facilitar. Apesar de às vezes só conseguir publicar o conteúdo para os alunos na noite do dia anterior ou na manhã do mesmo dia da aula, ela acredita que a ideia é viável. “É fácil de fazer e internet é fácil de encontrar em todo lugar. Então em qualquer lugar em que eu estiver posso fazer esse planejamento e é um formulário que ficou bem interessante e rápido pra fazer. Então posso pegar o CBC no Centro de Referência Virtual do Professor como sempre faço e é muito rápido para colocar lá”. Thaís agora sabe o que esperar das aulas antes mesmo de entrar em sala.

Foto: Lígia Souza ACS/SEE

Já a professora de Matemática Fernanda Lara Valadares conta que duvidou no começo, mas agora que o projeto foi colocado em prática elogia. “Quando o diretor nos passou pensei em como faria isso todos os dias, mas na hora de fazer vi que conseguia fazer bem mais rápido e ficou mais organizado pra mim. Eu planejava uma coisa e via que não dava tempo, achava que eliminaria um conteúdo em três aulas e levava cinco ou seis. Com esse novo modelo o que não deu certo a gente pode mudar para a próxima aula. Esse é o melhor planejamento com o qual já trabalhei”, diz.

‘Ano da tecnologia na escola’
Esse é só o primeiro de uma série de projetos que envolvem a informática a equipe da escola está planejando. O próximo é uma autoavaliação feita pelos alunos, também online. O questionário será liberado em uma sexta-feira e os alunos terão o fim de semana para responder. “Acho que esse é um momento para sentar sozinho e refletir sobre cada pergunta, sobre cada situação que a colocamos lá. Então pensei que eles pudessem fazer em casa, no fim de semana, sem preocupação com o tempo. Depois vou ver quantos fizeram, quantos não fizeram e porque não fizeram”. Quem não tem computador em casa poderá responder na sala de informática da escola.

Um dos objetivos que a escola busca alcançar ao disponibilizar o planejamento do professor para os pais é aproximar as famílias da instituição. Para chegar mais perto disso, já está sendo colocada em prática outra ideia: um sistema online que disponibiliza aos pais notas e faltas de seus filhos. Esse sistema será acessado com uma senha e a família terá acesso somente aos dados dos seus filhos.

“Nós chamamos os pais para entregar o boletim e poucos vêm. E acho importantíssimo o pai poder acompanhar o que está acontecendo na escola. Na matrícula perguntamos aos pais se tinham Facebook, telefone celular, informações sobre essas mídias para podermos ver quantos tinham. E vários têm, então acredito que uma boa parte vai conseguir”, justifica Márcio.

Para aqueles pais que não têm acesso a computadores, a escola disponibilizará o equipamento. Os que não sabem como usar terão a oportunidade de aprender com seus filhos e outros alunos que estão inseridos no Reinventando o Ensino Médio na escola. “A ideia é pegar os alunos da Tecnologia da Informação, do 1º ano do ensino médio, para ajudar esses pais e ensiná-los a acessar essas mídias”.

Outra ideia é criar o Fale com o Diretor, um canal online para os alunos entrarem em contato com a diretoria. “Às vezes eles querem falar alguma coisa mas não querem vir à sala do diretor. Então queremos usar essas novas mídias para nos aproximarmos deles, que estão muito mais avançados que todos nós. Estou chamando esse ano de ano da tecnologia na escola e acho que vai dar certo”, afirma o diretor.

Município: Belo Horizonte / Superintendência Regional de Ensino Metropolitana B

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